Aprecie-se ou não o Homem/Autor, temos de admitir que Woody Allen filmou a big apple como poucos! A sua paixão, admiração e o seu amor por New York é notório em quase todos os frames das suas peliculas.
Alguém que tenha visto Manhattan (1979) não tem vontade de se sentar num banco de jardim nas margens de east river, ver o nascer do sol acompanhado por alguém especial?
Olhem, eu Quero! E Muito! Mas talvez não passe de uma romântica, como o meu amigo Mr. Woody!
Adiante! Depois de dedicar quase toda a sua carreira à sua musa, decide fazer uma incursão por algumas cidades europeias como Barcelona (Vicky Cristina Barcelona), Londres (Match Point) ou Roma (To Rome with Love).
A crónica desta semana vai recair sobre um dos argumentos mais originais dos últimos anos, onde Allen presta uma sentida homenagem a uma das cidades mais bonitas do mundo, a Cidade Luz – Paris!
Os quatro primeiros minutos de Midnight in Paris (2011) são um autêntico elogio que Allen faz a esta cidade! São quatro minutos com uma câmara a percorrer todos os seus locais emblemáticos. Uma rápida viagem que nos leva, entre outros, a Sacre Coeur, Torre Eiffel, Champs-Élysee, Arc du Triomphe, Notre-Dame… e o Sena! Ai, o Sena e as suas maravilhosas pontes! Nada escapa à lente atenta e deslumbrada de Woody e nós, desde início, ficamos arrebatados com tanta beleza.
Woody Allen assina aqui um dos argumentos mais originais da sua carreira, levando-o a arrecadar o Óscar de Melhor Argumento Original, no ano de 2012. O ponto de partida desta história recai sobre o casal norte-americano, Gil (Owen Wilson) escritor e argumentista que nutre uma paixão desmedida por Paris, sendo seu maior desejo ter vivido nos estimulantes e intelectuais anos vinte parisienses e a sua noiva Inez (Rachel McAdams) que não partilha em nada desta visão romântica do seu companheiro.
E tudo se altera numa das noites que Gil deambulava pelas ruas da sua cidade, e ao som das doze badaladas do sino de uma igreja, cruza-se com uma espécie de portal do tempo que o transporta para a sua Era, os tão desejados anos vinte!
Aí Woody, sem qualquer pudor, leva-nos, juntamente com o seu protagonista, a travar conhecimento com la crème de la crème artística que habitava a cidade naquela altura. F. Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Ernest Hemingway, Salvador Dali são apenas algumas das fabulosas construções interpretativas que temos o prazer em assistir.
E é desta forma, meio romântica meio louca que Gil conhece os seus ídolos, e se apaixona pela bela Adriana (Marion Cotillard) que, tal como ele, gostaria de viver noutra época, desta feita na Belle Époque…. Ironia?
GIL
I'm thinking of a painting by
Pisarro I've seen of Paris in the
rain. Can you picture how drop
dead gorgeous this city is in the
rain? Imagine this town in the
twenties - Paris in the twenties -
in the rain - the artists and
writers - I was born too late. Why
did God deliver me into the world
in the 1970's and in Pasadena yet.
INEZ
Why does every city have to be in
the rain? What's wonderful about
getting wet?
GIL
It's romantic.
INEZ
It's annoying.
Midnight In Paris é um filme romântico feito para românticos que vêm beleza e felicidade num passeio à chuva. Ser feliz pode ser simples como isso, independentemente do ano em que te encontres!
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