AMOR
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A porta do quarto já não se fecha de noite e o teu calor já não me acorda de manhã. O tempo fez-se feio para dar as boas vindas a esta nova etapa, de forma a ilustrar a saudade que tenho de ontem. Os nossos horários já não se sincronizam e os argumentos dos filmes perdem a sua riqueza sem que os assista na sombra do teu peito. O olhar dos animais entristeceu por já não nos emoldurarem na mesma fotografia. As minhas emoções estagnaram e o medo tomou conta da minha diligência. Em ti vejo a pressa de fugir porque te assustei com a minha forma desengonçada de amar. Sinto agora o peso deste manto cinzento que se abateu sobre o que escrevemos e a impotência de não conseguir alcançar-te pelos mesmos caminhos que percorri vezes sem conta. Sei que pisei demasiadas flores do teu jardim para que as imagines crescer a partir da minha capacidade de cultivo. Gostava de conseguir mostrar-te que tenho uma vastidão de terreno virgem que por ti gostaria de ver germinado. Ver-te ir sem saber que voltas hipoteca todas as certezas outrora daí consequentes e tu sabes que não sei caminhar sem certeza. Será egoísta se te pedir que não voes porque as minhas asas estão partidas? O nosso ninho foi tanto tempo a casa dos teus sonhos... E eu gostava de te dizer que quero construí-la outra e outra vez para ser a nossa realidade. Prometo dar-te a chave do castelo, ladear-te e servir-te, ser a tua corte, o teu rei e o teu povo. Espero amar-te por mim, por ti e por nós até que voltes a ser o carisma na minha voz. Anseio dar-te espaço no regaço e clareza na mente para que voltes a acertar o meu compasso e ser o abraço que me sustente.
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