Sento-me em frente ao computador e penso, depois de ver um dos meus filmes favoritos: “ Eternal Sunshine of the Spotless mind”, será que ninguém se entrega verdadeiramente ao amor e á intimidade?
Trago o romantismo debaixo da pele. Nasci assim. Com esse vício.
Numa vida com os dias contados, o que nos resta acima de tudo ou o que faz valê-la não será partilhá-la e senti-la? Transbordar de ternura, saborear pedaços de eternidade, sermos mais que nós, o outro.
Reside na alma a capacidade de mudar a posição do pensamento, e a nossa, a meu ver ( na maior parte de nós) está de férias, sem querer ser incomodada, compartilhada e sentida.
Vivemos adormecidos de nós mesmos. O amor partilhado ( mesmo que seja só sentido e não vivido a dois), faz-nos querer ser mais que nós, libertar-nos por dentro e de dentro. Faz- nos ser infinitos no nosso íntimo, por carregarmos um sentimento maior que nós.
Será que queremos manter a “loucura obediente”, o para além contido, ou apenas vertigens do voo? De sentir ou de permanecer?
Eu própria serei sempre uma aprendiz, neste campo, pois ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível.
Resta-nos a nós, românticos continuar a caminhar no fio da navalha,esse eterno levantar depois de cada queda, essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo de inocência franca de ter pequenas, grandes coragens no bater do coração. No respirar da nossa alma.
Sara Esteves Cardoso
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