Quo vadis Europa?


Quo vadis Europa?



 Hoje acordei com uma notícia que me fez estremecer o sono tendo sido o meu primeiro impulso obstinadoconfirmar que os meus amigos não estavam incluídos no número de perdas irreparáveis…Graças a Deus não estavam!

Decidi deixar o carro em casa e ir a pé para o trabalho. Aproveitar para pensar no aconchego de uma cidade que, até agora, só me deu motivos de rejubilaçãoUma cidade que nos conforta a segurança e que transpira tranquilidade. Fez-me ponderar e pensar nas pétalas da primavera. Não sei que raio de primavera é esta que faz despontar sofrimento e sangue em vez de felicidade e flores. Não percebo este ódio desmedido, jactante, nutrido de geração em geração, todo este sentimento flamejante que jorra dos olhos onde o que vale é a lei da faca. “Hão-de sangrar como cordeiros” foi o que eu ouvi num discurso de uma boca do inferno, desliguei logo a televisão

Lembro-me de estudar na faculdade a formação da europa, todos os passos de fé que foram dados para o aglomerar de uma nova matriz de nacionalidade, a europeia. Toda uma globalização de sentimentos de pertença mais próximos e interligados que esbatiam fronteiras. A História está a ganhar novos contornos, contornos que eu desconheço e não sei lidar com eles. Durante as várias vezes que tive fora de Portugal em outros continentes, era na Europa que eu me começava a sentir confortável quando regressava, como se fosse o hall de entrada da minha casa, o entrar no meu prédio, era uma questão de minutos até chegar a casa (Portugal) porque eu já estava em casaEsse sentimento começa a sofrer uma metamorfose ganhando forma de um entardecer carregado de trovoados de solstício..

O tratamento dado às questões terroristas tem de mudar, caso contrário vamos ter de nos habituar e conformismos nãoTerrorismo não é sinónimo correlativo de emigração e mesmo aumentando a resposta securitária, não tem resultado. A Europa tem de pôr a mão na consciência emanter a coluna vertebral hirta através dos princípios de democracia e justiça. Não somos como eles. Quanto a mim não terão o meu ódio, sei que no final iremos prevalecer, pois o bem prevalece sempre... e nós, temos de dar as mãos e enfrentar pelos vistos o que eu achava que era uma quimera longínqua escondida na penumbra!


Regina Azevedo Pinto


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