2001. Av. De Roma, Cinema Londres.
Este foi o tempo e o espaço onde pela
primeira vez visionei este filme. A particularidade desta sala, onde ao te
sentares a cadeira ia descendo, parecia sussurrar-me ao ouvido “Senta-te bem e
prepara-te para o que vais ver!”. E a cadeira do Londres sabia bem o que estava
a anunciar. Nas próximas duas horas iria presenciar a algo novo e fresco.
Bem, em abono da verdade, não era assim tão
fresh. Até porque esta fita de Cameron
Crowe (AlmoustFamous) tratou-se de um remake do filme espanhol de 1997, Abre los ojos, com realização e
argumento original de Alejandro Amenábar (TheOthers).
Perante uma história tão intensa, original,
Crowe não precisava de fazer muito mais. Com uma matéria-prima de excelência
como elevar o filme já feito? Fácil! Adicionamos Nova Iorque, cultura pop,
aliás muitas referências à cultura pop, uma fotografia fabulosa, uma banda
sonora de grande qualidade (SigurRos, Radiohead, Jeff Buckley, Paul Mccartney
que compôs a música original, Beach Boys, TheChemicalBrothers… bem, já
perceberam, certo? E um elenco fortíssimo.
Depois de Abre Los Ojos, Penélope Cruz volta a assumir o papel de Sofia Serrano,
a doce e desajeitada latina pela qual o menino rico, irresponsável e mulherengo
David Aames (Tom Cruise) se apaixona.
E quando parecia tudo perfeito, surge o
elemento desequilibrador da história, aqui fantasticamente
interpretado por Cameron Diaz, com a sua maníaco-depressiva Julie Gianni. E vai
ser mesmo o seu convite a David para entrar no seu carro que irá despoletar a trama.
Após sofrerem um aparatoso acidente de viação, a história começa a
desenrolar-se de forma vertiginosa para um mundo que à primeira vista não
conseguimos delinear.
Trata-se de um filme arriscado, sem dúvida.
Cheio de voltas e reviravoltas que cria em nós incertezas e questões à medida
que a história avança. Mas no fundo, Vanilla Sky
é uma história que aborda o Amor nas suas diferentes formas.
O seu twist final é
pujante, mas cria em nós um entendimento total do enredo. E depois é impossível
não nos rendermos. É uma história do Catano! Os últimos 20 minutos são uma
delícia visual e musical, com os céus de Monnet ao som de Sigur Rós…
Heartbreaker!!!
A incessante procura do Amor e Felicidade é
o que nos move.
David: Do
you remember what you told me once? That every passing minute is a another
chance to turn it all around.
Sofía: I'll
find you again.
David: I'll
see you in another life... when we are both cats.
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