Quem vem?


A velocidade das transformações que se vão sucedendo, robustas, é por demais inquisidora para quem se tenta equilibrar debilmente sobre este trapézio de idiossincrasias alheias. Já nem eu sei justificar descritivamente as direcções porque vou sendo levado, tropeçando consequentemente em quimeras frívolas que a lugar algum me parecem dirigir. Embalo-me, esperançoso e saltitante, por entre curtas-metragens de qualidade precária que me remetem a tempos em que o cinema era a vida que representava, confiante e seguro. As palavras escasseiam para tudo o que de mim exala descontroladamente e eu vou desfigurando a complexidade do que outrora foi certeza. Confessemos que a dada altura já nem sabemos do que falamos para contrapor a mudez de emoções plausíveis e explicáveis. Adoráveis que somos, repartidos em gomos que se vão deixando apodrecer nas mãos de outrem. E agora, quem se enche de coragem e vem?


Para que possamos colocar à prova todos os ensinamentos nefastos a que fomos expostos por quem tão bem nos desencantou. 

By Darko

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